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O nó central deste projecto de investigação reside na assunção do género como categoria elementar de análise, assim como, pressuposto teórico e metodológico de base. Tal opção epistemológica pressupõe que se desenvolva um trabalho onde se reconheça o género como um elemento estrutural dos quotidianos sociais e das práticas sociais nele desenvolvidas, tomando como norteadora a concepção de que o referido género engendra relações significantes de poder social. Esta matriz básica da nossa investigação prende-se com o facto de em Portugal, e apesar do campo investigativo acerca das desigualdades entre géneros se ter vindo a assumir como um facto de relevo, as práticas sociais manifestarem tendências continuadas de desfasamento face aos modelos mais avançados, reproduzindo desigualdades. Considerando a importância das práticas de lazer e de ócio na construção das identidades sociais de género, iremos entrecruzar estrategicamente o género com as apropriações (sub)culturais, nomeadamente, as (sub)culturas clubbers onde pretendemos visualizar diferentes formas de reconstituições identitárias de género. Alguns estudos de referência apontam para a invisibilidade das mulheres no âmbito das (sub)culturas juvenis lúdicas, sendo um domínio ocultado e pouco explorado do ponto de vista das ciências sociais, daí o nosso interesse acrescido no estudo do género nas manifestações subculturais. As (sub)culturas em análise inserem-se no complexo tecido das culturas juvenis que reportam para a importância das experiências sociais dos jovens como elementos fundamentais para a adopção de estilos de vida diferenciados. Também pretendemos explorar a tese de que as subculturas juvenis têm implícitas relações de poder, e assim, relações de género. O delineamento do objecto empírico será feito no que consideramos ser a Região Norte (alargada até Coimbra), tendo em linha de conta o carácter itinerante, fluído e transitório dos eventos associados à música electrónica (techno, trance, garage, ju  |
Resumo
O nó central deste projecto de investigação reside na assunção do género como categoria elementar de análise, assim como, pressuposto teórico e metodológico de base. Tal opção epistemológica pressupõe que se desenvolva um trabalho onde se reconheça o género como um elemento estrutural dos quotidianos sociais e das práticas sociais nele desenvolvidas, tomando como norteadora a concepção de que o referido género engendra relações significantes de poder social. Esta matriz básica da nossa investigação prende-se com o facto de em Portugal, e apesar do campo investigativo acerca das desigualdades entre géneros se ter vindo a assumir como um facto de relevo, as práticas sociais manifestarem tendências continuadas de desfasamento face aos modelos mais avançados, reproduzindo desigualdades. Considerando a importância das práticas de lazer e de ócio na construção das identidades sociais de género, iremos entrecruzar estrategicamente o género com as apropriações (sub)culturais, nomeadamente, as (sub)culturas clubbers onde pretendemos visualizar diferentes formas de reconstituições identitárias de género. Alguns estudos de referência apontam para a invisibilidade das mulheres no âmbito das (sub)culturas juvenis lúdicas, sendo um domínio ocultado e pouco explorado do ponto de vista das ciências sociais, daí o nosso interesse acrescido no estudo do género nas manifestações subculturais. As (sub)culturas em análise inserem-se no complexo tecido das culturas juvenis que reportam para a importância das experiências sociais dos jovens como elementos fundamentais para a adopção de estilos de vida diferenciados. Também pretendemos explorar a tese de que as subculturas juvenis têm implícitas relações de poder, e assim, relações de género. O delineamento do objecto empírico será feito no que consideramos ser a Região Norte (alargada até Coimbra), tendo em linha de conta o carácter itinerante, fluído e transitório dos eventos associados à música electrónica (techno, trance, garage, jungle, acid house, acid jazz). |