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O estudo da composição corporal é da maior relevância para o conhecimento do estado nutricional, para a avaliação do crescimento e do desenvolvimento de crianças e também, para a determinação do impacto da doença. É ainda de grande utilidade em desporto, pois permite avaliar a evolução da boa forma física e a optimização morfológica.
O peso corporal ou as suas alterações, dizem-nos pouco sobre a dimensão e a evolução dos tecidos. O conhecimento detalhado dos compartimentos do organismo, incluindo a gordura corporal, água e massa magra poderá ser obtido com recurso a métodos simples, como os lipocalibradores ou a impedância bio-eléctrica (BIA) ou então por métodos mais sofisticados, como os ultrasons, a absorciometria de raios X de dupla radiação (DEXA), a contagem do potássio corporal total, a densiometria ou a análise de activação de neutrões. Estes últimos são de elevado custo e não podem ser usados no trabalho diário, pois não são portáteis, são morosos e requerem técnicos altamente especializados para a sua realização.
Os lipocalibradores permitem quantificar a gordura subcutânea através da medição das pregas de gordura (a espessura de uma prega dupla de pele e de tecido adiposo subcutâneo). Trata-se de um método universal, pois o equipamento é relativamente pouco dispendioso e portátil. As medições são facilmente obtidas e quando correctamente efectuadas, fornecem estimativas de gordura subcutânea muito próximas das obtidas por métodos de referência, como a pesagem hidrostática ou DEXA. Contudo, para as medições serem fiáveis, é necessário sejam efectuadas de acordo com uma técnica padronizada. Dentro das especificações, é necessário que a leitura da medição seja efectuada 4 segundos depois de interrompida a pressão da mão no braço do lipocalibrador e a leitura deve ser registada com um erro inferior a 1.00mm. Estas duas últimas recomendações são difíceis de seguir na prática, pois a medição do tempo é teórica e registo da medição é visual, com a agul  |
Resumo
O estudo da composição corporal é da maior relevância para o conhecimento do estado nutricional, para a avaliação do crescimento e do desenvolvimento de crianças e também, para a determinação do impacto da doença. É ainda de grande utilidade em desporto, pois permite avaliar a evolução da boa forma física e a optimização morfológica.
O peso corporal ou as suas alterações, dizem-nos pouco sobre a dimensão e a evolução dos tecidos. O conhecimento detalhado dos compartimentos do organismo, incluindo a gordura corporal, água e massa magra poderá ser obtido com recurso a métodos simples, como os lipocalibradores ou a impedância bio-eléctrica (BIA) ou então por métodos mais sofisticados, como os ultrasons, a absorciometria de raios X de dupla radiação (DEXA), a contagem do potássio corporal total, a densiometria ou a análise de activação de neutrões. Estes últimos são de elevado custo e não podem ser usados no trabalho diário, pois não são portáteis, são morosos e requerem técnicos altamente especializados para a sua realização.
Os lipocalibradores permitem quantificar a gordura subcutânea através da medição das pregas de gordura (a espessura de uma prega dupla de pele e de tecido adiposo subcutâneo). Trata-se de um método universal, pois o equipamento é relativamente pouco dispendioso e portátil. As medições são facilmente obtidas e quando correctamente efectuadas, fornecem estimativas de gordura subcutânea muito próximas das obtidas por métodos de referência, como a pesagem hidrostática ou DEXA. Contudo, para as medições serem fiáveis, é necessário sejam efectuadas de acordo com uma técnica padronizada. Dentro das especificações, é necessário que a leitura da medição seja efectuada 4 segundos depois de interrompida a pressão da mão no braço do lipocalibrador e a leitura deve ser registada com um erro inferior a 1.00mm. Estas duas últimas recomendações são difíceis de seguir na prática, pois a medição do tempo é teórica e registo da medição é visual, com a agulha em movimento.
Assim, o desenvolvimento de um lipocalibrador, de leitura digital, realizada ao 4º segundo, será do maior interesse, pois diminuirá certamente o grau de treino necessário à sua utilização, permitindo assim a recolha de dados mais fiáveis.
O uso de condução eléctrica para avaliar a composição corporal baseia-se na diferença marcada entre o teor em electrólitos dos tecidos gordos e dos tecidos magros. Na análise da impedância bioeléctrica, uma corrente alternada é passada através do corpo humano e é medida a oposição a esta corrente. Quando se compararam os dados da BIA com as estimativas da percentagem de gordura corporal, derivadas de métodos de referência - a pesagem subaquática ou DEXA, a BIA demonstrou elevada concordância, comparável às estimativas por lipocalibradores.
A BIA tem como vantagem ser extremamente simples, segura, conveniente e não invasiva, não se conhecendo efeitos adversos tendo como limitação à sua aplicação, os implantes de pacemakers. A análise da impedância bioeléctrica permite determinar a quantidade total de água corporal, a massa magra e a massa gorda. Através de correntes a várias frequências é ainda possível calcular a massa celular corporal, a massa extracelular e a água extracelular.
Dado que a impedância bioeléctrica não é uma medição directa da composição corporal, há diversos factores a considerar. A análise difere com a colocação dos eléctrodos, a posição do corpo, as temperaturas ambiente e da pele, a actividade física e o grupo populacional a que pertence o indivíduo. No que se refere a este último factor, surgem com frequência novas fórmulas de cálculo com melhor exactidão e adequação que interessa incorporar rapidamente.
Existem comercialmente disponíveis aparelhos de medição de impedância bioeléctrica, mas que não satisfazem todos os critérios de funcionalidade e não apresentam a versatilidade suficiente para os objectivos pretendidos, além de terem um preço relativamente elevado.
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