| Resumo: |
O Centro de Interpretação do Design Português (CIDES.PT) pretende investigar, desenvolver e avaliar novas abordagens à história,
à museologia e museografia do Design, centrando-se, como estudo de caso, no Design Português. A incidência no caso Português
justifica-se pelo extenso património de artefactos de comunicação, equipamento e ambiente, com concepção portuguesa que,
dispersos por todo o país, vão desaparecendo todos os dias no esquecimento do anonimato. Esses artefactos deveriam ser, quer
motivos para uma maior autoestima da concepção e produção portuguesas, quer argumentos para melhorar a sua imagem
internacionalmente.
Relevância
O aparente desinteresse público sobre o Design Português, a utilização incorrecta do conceito e sobretudo pouca atenção à sua
cultura por parte da Indústria e do Estado tem consequências devastadoras para a afirmação internacional da sua identidade e são
um entrave ao seu futuro. Raramente se associa Portugal e o produto português a outras características para além do baixo preço e
da baixa tecnologia, subcontratação e pouca competitividade; aliás, o deficit simbólico dos artefactos portugueses constitui uma das
preocupações centrais da Unidade de Investigação (ID+), que acolhe este projecto.
Inverter este estado de coisas - revalorizando os produtos com que vivemos no passado, disponibilizando a experiência
metodológica da criação, promovendo o espírito criativo e a realização de novos artefactos, dispositivos e serviços adequados às
necessidades contemporâneas - é razão suficiente para a criação do CIDES.PT cujos resultados serão relevantes também a nível
internacional.
Pressupostos
(a) a avaliação da cultura material portuguesa, requer uma visão operativa a partir do Design que permita reconhecer as suas
manifestações de excelência e o processo que lhe confere a sua singularidade; (b) o conhecimento sobre o design português e sobre
a sua história, apesar de existirem já alguns estudos publicados [1][2][3][4]  |
Resumo
O Centro de Interpretação do Design Português (CIDES.PT) pretende investigar, desenvolver e avaliar novas abordagens à história,
à museologia e museografia do Design, centrando-se, como estudo de caso, no Design Português. A incidência no caso Português
justifica-se pelo extenso património de artefactos de comunicação, equipamento e ambiente, com concepção portuguesa que,
dispersos por todo o país, vão desaparecendo todos os dias no esquecimento do anonimato. Esses artefactos deveriam ser, quer
motivos para uma maior autoestima da concepção e produção portuguesas, quer argumentos para melhorar a sua imagem
internacionalmente.
Relevância
O aparente desinteresse público sobre o Design Português, a utilização incorrecta do conceito e sobretudo pouca atenção à sua
cultura por parte da Indústria e do Estado tem consequências devastadoras para a afirmação internacional da sua identidade e são
um entrave ao seu futuro. Raramente se associa Portugal e o produto português a outras características para além do baixo preço e
da baixa tecnologia, subcontratação e pouca competitividade; aliás, o deficit simbólico dos artefactos portugueses constitui uma das
preocupações centrais da Unidade de Investigação (ID+), que acolhe este projecto.
Inverter este estado de coisas - revalorizando os produtos com que vivemos no passado, disponibilizando a experiência
metodológica da criação, promovendo o espírito criativo e a realização de novos artefactos, dispositivos e serviços adequados às
necessidades contemporâneas - é razão suficiente para a criação do CIDES.PT cujos resultados serão relevantes também a nível
internacional.
Pressupostos
(a) a avaliação da cultura material portuguesa, requer uma visão operativa a partir do Design que permita reconhecer as suas
manifestações de excelência e o processo que lhe confere a sua singularidade; (b) o conhecimento sobre o design português e sobre
a sua história, apesar de existirem já alguns estudos publicados [1][2][3][4] continua disperso e pouco sistematizado, sendo
indispensável a sua divulgação e creditação entre especialistas e não especialistas, tanto dentro como fora de fronteiras; (c) a
construção de narrativas interactivas baseadas nos meios tecnológicos actualmente disponíveis, permite complementar a
constituição de acervos físicos, potenciando, simultaneamente, um espaço de debate crítico socialmente partilhado.
O que se pretende fazer
A equipa associada a este projecto agrega membros com experiência e interesses científicos em diversas áreas (museologia, design,
teoria e história do design, interacção, filosofia e estética) garantindo as valências essenciais à sua concretização, que implica: (a)
investigar aprofundadamente e interpretar, do ponto de vista do design, uma amostra de artefactos que sustente uma visão
diacrónica e multifacetada do desenvolvimento do design português no séc. XX; (b) digitalizar (2D e/ou 3D) esses objectos
exemplificativos do Design português, assim como os documentos visuais e textuais implicados na sua interpretação; (c)
disponibilizar esta informação através de um novo discurso museográfico, quer ao nível da interactividade oferecida, quer na
facilidade com que se adapta à "imaterialidade" ou materialidade de diferentes suportes; (d) realizar exposições partindo de acervos
físicos e publicar livros sobre esses artefactos, iniciativas que terão uma nova relação com o universo digital; (e) publicar artigos
científicos.
Uma abordagem inovadora
Um dos aspectos inovadores deste projecto decorre de privilegiar uma abordagem metodológica baseada numa investigação sobre
novas camadas de conhecimento que acrescentem à visão histórica, antropológica e etnográfica dos objectos uma dimensão
FCT : PROJECTOS DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO 04/05/12 16:56
https://concursos.fct.mctes.pt/projectos/index.asp?area=9&pid=131765 Página 4 de 20
novas camadas de conhecimento que acrescentem à visão histórica, antropológica e etnográfica dos objectos uma dimensão
hermenêutica centrada no design: que estude a morfogénese, a motivação e oportunidade dos produtos, dos dispositivos e serviços
desenhados por designers portugueses ou por outros intervenientes na produção da cultura material portuguesa. Trata-se de
evidenciar a dimensão semântica e abdutiva dos artefactos tornando, por um lado, perceptível a cadeia de decisões que conduziram
o seu projecto a convergir numa solução e, por outro, demonstrável a proliferação de significados que o mercado promove e o seu
uso provoca. Acreditamos que uma abordagem que percorra o caminho desde um objecto de design até à ideia que lhe deu origem
(que baptizámos como "design inverso", por similitude com o conceito de "engenharia inversa") permitirá reconhecer na condição
portuguesa uma identidade que faça justiça à sua longa história, rica em atravessamentos geográficos e culturais.
Outro aspecto inovador prende-se com a utilização das tecnologias computacionais para captar e divulgar uma representação
dinâmica e multifacetada de artefactos aberta a novas formas de interacção (dispositivos multi-tácteis, realidade aumentada) e à
intervenção dos públicos, promovendo a participação das pessoas na reconstituição dos significados presos à dimensão vivencial
desses artefactos. |