Resumo: |
O que é Portugal? Como está a mudar a sociedade portuguesa? Como é que a cultura portuguesa interpreta e influencia a mudança social? Como é que a tensão entre o que dizemos que somos (a identidade) e o que dizemos querer ser (a transformação) ilumina quer a situação e o devir da sociedade portuguesa, quer as criações artísticas e as práticas culturais que ocorrem em Portugal? Este projeto de investigação quer responder a estas perguntas. Assim, o objetivo central do projeto Portugal ao Espelho centra-se na análise da cultura portuguesa contemporânea do ponto de vista da pluralidade dos discursos artísticos que nela circulam sobre a tensão entre identidade e transformação societal. A exploração deste objetivo geral leva-nos à assunção de que os discursos artísticos são plurais, como plurais são os seus objetos, temas e pontos de vista: trata-se, portanto, de apreender o modo como múltiplas identidades e transformações, muitas vezes conflituantes, são tematizadas e (re)definidas no âmbito próprio das linguagens de criação e receção cultural. Partimos ainda da perspetiva de que os discursos que emergem e circulam no campo artístico e social não se formam apenas na criação autoral, mas também nas interpretações críticas que são a seu propósito construídas e nas apropriações que diversos públicos dela fazem.
Essa pluralidade discursiva será centrada, no âmbito deste projecto, em três domínios criativos - diversificados, mas todos muito enriquecidos pela temática das identidades e transformações: a literatura; o "cinema de autor", como criação artística no cruzamento entre as artes visuais e a indústria cultural; e, no campo desta última, duas formas muito importantes de música popular (no sentido de cultura de massas, não de cultura tradicional), a canção e o pop rock. De facto, todos sabemos da centralidade que os temas ligados ao ser e ao devir português têm tido na criação artística de romancistas e poetas, de realizadores de cinema e de cantautores e |
Resumo O que é Portugal? Como está a mudar a sociedade portuguesa? Como é que a cultura portuguesa interpreta e influencia a mudança social? Como é que a tensão entre o que dizemos que somos (a identidade) e o que dizemos querer ser (a transformação) ilumina quer a situação e o devir da sociedade portuguesa, quer as criações artísticas e as práticas culturais que ocorrem em Portugal? Este projeto de investigação quer responder a estas perguntas. Assim, o objetivo central do projeto Portugal ao Espelho centra-se na análise da cultura portuguesa contemporânea do ponto de vista da pluralidade dos discursos artísticos que nela circulam sobre a tensão entre identidade e transformação societal. A exploração deste objetivo geral leva-nos à assunção de que os discursos artísticos são plurais, como plurais são os seus objetos, temas e pontos de vista: trata-se, portanto, de apreender o modo como múltiplas identidades e transformações, muitas vezes conflituantes, são tematizadas e (re)definidas no âmbito próprio das linguagens de criação e receção cultural. Partimos ainda da perspetiva de que os discursos que emergem e circulam no campo artístico e social não se formam apenas na criação autoral, mas também nas interpretações críticas que são a seu propósito construídas e nas apropriações que diversos públicos dela fazem.
Essa pluralidade discursiva será centrada, no âmbito deste projecto, em três domínios criativos - diversificados, mas todos muito enriquecidos pela temática das identidades e transformações: a literatura; o "cinema de autor", como criação artística no cruzamento entre as artes visuais e a indústria cultural; e, no campo desta última, duas formas muito importantes de música popular (no sentido de cultura de massas, não de cultura tradicional), a canção e o pop rock. De facto, todos sabemos da centralidade que os temas ligados ao ser e ao devir português têm tido na criação artística de romancistas e poetas, de realizadores de cinema e de cantautores e bandas juvenis; e como essa centralidade constitui um dos eixos do valor e singularidade da sua expressão artística. Por isso mesmo, avançaremos bastante se, em vez de segmentar, cruzarmos analiticamente estas diversas formas, apreciando melhor como aqueles temas e expressões variam também em função dos modos de produção e circulação que fazem a arte, cultura e comunicação do nosso tempo.
Consequentemente, este projecto intenta a concretização de dois tipos de resultados: a produção científica convencional corporizada na elaboração de um livro e vários artigos para publicação em revistas indexadas; e a preparação de materiais de formação utilizáveis na rede de centros de língua e cultura portuguesa no estrangeiro, no quadro da abordagem que neles se faz, ou pode fazer, à cultura portuguesa contemporânea. Estão aqui em questão, sobretudo, a rede do Instituto Camões e da própria Fundação Calouste Gulbenkian (França e Reino Unido em especial). Mas não exclusivamente, visto que outros espaços de difusão da cultura portuguesa (em universidades estrangeiras que oferecem o ensino do português por sua iniciativa, em associações, fundações e outras instituições privadas, etc.) podem também beneficiar dos referidos materiais |