Resumo: |
: A possibilidade de o conhecimento linguístico ser alterado por diferentes usos da língua está no centro das principais discussões no campo da psicolinguística. Uma crescente gama de evidências empíricas vem demonstrando que diferentes experiências linguísticas controladas podem moldar o conhecimento linguísticos dos falantes. Esses achados trazem, não apenas evidências importantes para o entendimento da arquitetura da gramática mental, mas também sugestões não triviais para o ensino de línguas, seja ela nativa ou adicional. Mais especificamente, esses estudos sugerem que falantes podem reduzir o custo de processamento de determinadas estruturas linguísticas após repetidas exposições a esta estrutura. A pesquisa ora proposta visa testar essa hipótese a partir de experimentos que visam analisar os efeitos da aprendizagem gerada por treinamento linguístico envolvendo grande exposição a estruturas que se mostram cognitivamente desafiadoras. Para a realização do treinamento utilizaremos versões da tarefa labirinto (maze task) para dispositivos móveis e/ou computadores que estamos desenvolvendo no âmbito dos laboratórios de pesquisa. A metodologia do estudo será constituída por fases de (i) identificação e análise de estruturas que se mostram cognitivamente desafiadoras na aquisição do português como L1 e do inglês como L2 e, (ii) por uma fase de intervenção. Nesta conduziremos pré-testes com julgamento de aceitabilidade e leitura autocadenciada para avaliar o desempenho dos participantes em relação às estruturas-alvo, uma intervenção composta pelo treinamento com o aplicativo supracitado, e pós-testes para analisar os efeitos de aprendizagem gerados pela intervenção. A identificação e treinamento das estruturas cognitivamente desafiadoras ora propostas podem lançar luz sobre a arquitetura do conhecimento linguístico dos seres humanos e trazer contribuições psicolinguísticas para o ensino de línguas. |