O dinheiro não traz
felicidade
(Um Conto de Natal)
Autor:
Filipe
Silva (12 anos)
Conto vencedor em "ex equo" do 3º escalão do "Grande concurso de
Natal" do Jornal "Comercio do Porto" 1985
Publicado no Jornal do Comercio do Porto em 29- Dezembro -1985
Este conto não poderá ser publicado
em site Web, livro ou revista sem a minha autorização ou do Jornal
Comércio do Porto.
Era uma vez um homem que vivia do comércio. O homem andava de
um lado para o outro a vender os seus produtos.
Naquele dia, ele não vendeu nada e voltou para casa. No
caminho de volta, ele olhou para o horizonte e viu uma estrela muito
brilhante e grande. chegou a casa e sentiu uma irresistível vontade de
seguir a estrela. Despediu-se da família e começou a sua caminhada
atras da estrela. Levava pão, agua, vinho, uns bolos e dinheiro para o
que fosse preciso.
No caminho que seguiu, passou por uma cidade e lá comprou um
jumento para carregar as suas coisas. Estava muito cansado.
Passado um pouco, viu um homem rico à sua frente e este
disse-lhe:
- Já te vi aqui! Não es comerciante?
- Sou - respondeu o homem que seguia a estrela - Mas agora
não tenho nada para vender.
- Não tens ao menos um pão? a minha criada hoje faltou e não
temos pão em casa.
- Tenho aqui um pouco - disse o comerciante - Serve?
- Serve, sim. Toma lá esta bolsa - disse o homem rico,
atirando uma bolsa para a beira do comerciante - Obrigado.
- Obrigado, eu - disse o comerciante.
O homem rico lá foi para casa e o comerciante abriu a bolsa e
viu que estava cheia de dinheiro. Mas, no deserto, o comerciante foi
assaltado e só ficou com o jumento e alguns viveres.
Passados alguns dias, chegou a Belém. Continuou a seguir a
estrela e viu uma gruta com um menino numa manjedoura e cinco pessoas:
os três Reis Magos, Nossa Senhora e S. José.
Os Reis tinham chegado havia pouco tempo e o comerciante,
como não tinha mais nada para oferecer deu o jumento e pareceu-lhe que
o Menino sorriu.
Quando os Reis Magos ofereceram oiro, mirra e incenso, já não
lhe pareceu ver o Menino a sorrir. E então chegou a uma conclusão:
O dinheiro
não traz felicidade.
O comerciante voltou para casa e sentiu-se feliz.