Comentário -  W3C Semantic Web Activity

Neste artigo os autores pretendem responder à tão famosa pergunta: como fazer para que a web seja um instrumento funcional, um "local" de trabalho de aprendizagem e de vivências. (um grande workingsite da humanidade, enfim que funcione).

Os autores apresentam vários exemplos hipotéticos, de situações possivelmente reais de um futuro próximo da utilização da internet e de ferramentas que o permitem fazer. Sem dúvida que com esses exemplos  se pretende convencer o leitor que o futuro da internet passa pelo novo conceito de uma web semântica (semantic web).

A ideia principal é de que as máquinas deverão poder, não só processar mas também "entender" os dados que actualmente se visualizam . A semantic web não pretende substituir a actual internet mas sim extendê-la.

O desafio apresentado neste artigo é fornecer uma linguagem que permita "representar" os dados e as regras para percorrer esses mesmos, possibilitando a qualquer sistema, exportar para a web essa informação e  saber como a representar.

Actualmente já existe uma tecnologia para poder desenvolver a web semântica,  o XML (Extensible Markup Language) e o RDF (Resourse Description Framework).

O XML permite a criação pelas de tags, DTD’s ou a utilização de DTD’s de outros, secções nas páginas, etc. Sendo assim, a máquina poderá interpretar a estrutura do documento e conseguir também visualizar alguns significados do conteúdo.

O RDF, permite de uma maneira simples e natural descrever a maior parte dos dados processados pelas máquinas. A criação dos URI (Universal Resource Identifier) associado aos elementos do RDF, permitem a criação de conceitos na web associados a palavras.

Visto que os RDF usam os URI’s para codificar a informação num documento, os URI’s garantem que os conceitos não são somente palavras no documento mas uma definição existente que todos poderão encontrar  na web.

O problema de poderem existir URI’s diferentes para os mesmos conceitos é resolvido por colecções de informações as quais são chamadas ontologias.

Ontologias são documentos ou ficheiros que formalmente definem relações de termos, classes de objectos e relações. Sendo assim cada página estará ligada a uma ontologia.

As ontologias podem expressar as regras permitindo a um programa deduzir significados da informação guardada no documento, ou seja, permitem manipular os termos de uma maneira mais eficiente e útil para o utilizador.

Um dos conceitos apontados neste artigo e que nos interessou é o da criação de relações de equivalência entre ontologias

Evidentemente que estas ideias apesar de interessantes só poderão ser uma realidade,  como vem referenciado no artigo, se existirem programas que recolham os conteúdos de páginas e trocam os resultados obtidos com outros programas, mesmo sendo programas (os autores agentes) não desenhados para trabalhar em conjunto. Segundo o autor esta é a grande força e potencialidade da semantic web.

Outro desenvolvimento apontado na semantic web serão as assinaturas digitais que os agentes poderão usar para validar a informação e para verificar se vêm de uma fonte segura.

O autor aponta que o próximo passo da semantic web, será a possibilidade de a extender ao mundo real. Os URI’s podem apontar para qualquer coisa, incluindo para entidades físicas, o que signifca que podemos utilizar o RDF para descrever periféricos tais como, a televisão informando como funcionam e como podem serem controlados. Já foram efectuados os primeiros passos nesta área para desenvolver standards que descrevem funcionalidades e capacidades dos periféricos. Estes standards são desenvolvidos em RDF e são  Composite Capability/Preference Profile CC/PP.

Se pensarmos que em cada dia entre quatro e oito milhões de páginas são criadas na web e um número talvez idêntico de páginas são modificadas ou desaparecem então,  a web é a fonte de informação mais efémera, o que torna problemático a pesquisa e armazenamento da informação.

Guardar e recuperar o património electrónico torna-se muito mais complexo, essencialmente se se encontra na Internet. A semantic web procura resolver estes problemas.

Actualmente, a comunicação é feita entre humanos, mas com esta nova extensão da web poderemos ter uma comunicação entre máquinas e entre máquinas e humanos.

No entanto, os autores apontam apenas para os aspectos positivos da semantic web. O nosso cepticismo vai no sentido de que "forças comerciais" não impeçam a generalização da semantic web .

Evidentemente que criar hábitos e regras para que as pessoas tenham de seguir torna-se problemático. Pensamos que iremos continuar a ter pequenos grupos independentes a criar documentos sem seguir regras mas também que provavelmente irão desaparecer com o decorrer dos anos. A possibilidade de serem desenvolvidas novas formas de documentos por exemplo de páginas "HTML" em três dimensões poderá tornar a solução da semantic web ultrapassada.