Respostas às questões da Aula 1

 

1) O que é a Internet e como surgiu?

A Internet é uma rede internacional de computadores, formada a partir de redes locais e redes alargadas (LANS - local area networks; WANS - wide area networks). Os computadores estão em permanente ligação, através de um sistema de rede aberto, já que todas as suas especificações são públicas e qualquer empresa pode construir tecnologia compatível. Para aceder à Internet só é preciso ligarmo-nos a qualquer um destes computadores. Quando se está em-linha (ligado), é possível comunicar e partilhar informação com qualquer outro computador da Internet quer se esteja em casa ou em qualquer outra parte do mundo.

No final da década de sessenta, o Departamento de Defesa dos EUA interessou-se pelas redes de computadores e apoiou financeiramente a investigação, construção e utilização das mesmas. Uma missão realizada através da Agência de Projectos de Investigação Avançados - Advanced Research Projects Agency (ARPA). Esta investigação pretendia, no essencial, criar uma infra-estrutura de comunicação que funcionasse em situações críticas, por exemplo, em ambiente de guerra. A informação deveria ser transmitida através de vias alternativas no caso de outros canais se mostrarem inoperacionais, ou falharem.

 

2) O que é um RFC?

Para encorajar a adopção da tecnologia Internet a ARPA decidiu tornar os resultados da investigação públicos. A ARPA solicitava aos investigadores que publicassem as novas descobertas num relatório, documento que depois era tornado público. No início, colocava-se acessível aos outros investigadores, um relatório preliminar para que desta forma o comentassem - chamava-se RFC (Request for Comment). Em seguida, os comentários eram incorporados no RFC, disponibilizando um relatório final chamado IEN (Internet Engineering Note). Os IENs acabaram por não terem utilidade e daí desnecessários, uma vez que os RFCs não necessitavam de revisão ou acabavam por ser reescritos. Além disso, os investigadores preferiam investir em novas ideias do que corrigir antigos relatórios.

Em geral, um RFC é identificado por um número inteiro de quatro algarismos, existindo um índice que estabelece a correspondência entre o número e o título do RFC, por exemplo, o RFC 822 descreve o formato para as mensagens de correio electrónico na Internet.

As regras da Internet nunca são estáticas, daí que os RFCs podem ser alterados.

 

3) Que importância têm os RFCs no desenvolvimento da Internet?

Os RFCs são os registos oficiais dos resultados e recomendações de um grupo de trabalho no desenvolvimento de projectos. A sua publicação torna possível aos investigadores coordenarem as suas actividades e manter as aplicações sempre actualizadas. A eles (RFCs) se ficou a dever o rápido avanço do projecto Internet.

 

4) Como procede para recuperar um RFC?

Há duas maneira de recuperar os RFCs: através do correio electrónico ou do protocolo FTP. Para recuperar um RFC específico basta colocar no texto da mensagem o seguinte:

 

Retrieve: RFC

Doc-ID: RFC 1462

 

Nota: todos os RFCs têm quatro algarismos (o RFC 822 tem o Doc-ID: RFC 0822).

Os RFCs também estão localizados em servidores www. Há alguns passos a seguir quando se quer recuperar o RFC 1462, que são:

 

  1. Aceder à página
  2. http://www.isi.edu/in-notes/rfc-retrieval.txt

  3. Aceder à página
  4. http://www.isiedu/rfc-editor/

  5. "Clicar" em cima de "Request for comments"
  6. Uma vez na página http://www.isi.edu/rfc-editor/rfc.html "clicar" em cima de "Globecom" que se está no "RFC Indicies (alphabetically)"
  7. Surge a página http://globecom.net/ietf/ onde se deve "clicar" no link "RFC1400-RFC1499" que está debaixo do título "Select region of RFC index of interest"
  8. Surge a página http://globecom.net/ietf/rfc-index-14.shtml e deve-se "clicar" no RFC1462
  9. Aparece a página http://globecom.net/ieft/rfc/rfc1462.shtml com o RFC1462 http:

 

5) A que respeita o RFC 1462?

 

O título do RFC 1462 corresponde a: FYI on "What is the Internet?". Tal como enuncia o título, este RFC procura dar responda à pergunta - "O que é a Internet?", a sua definição, história, administração, protocolos, financiamento, e assuntos correntes como o crescimento, comercialização, e privatização.

 

6) Que importância teve o UNIX no desenvolvimento da Internet?

Com pouco mais de uma década de existência, a tecnologia utilizada pela rede ainda não era suficientemente robusta e o software precisava de ser testado e melhorado. Era óbvio que todo o sistema precisasse ser afinado.

Por outro lado, no final da década de 70, um grupo de investigadores dos Laboratórios Bell apresentavam uma tecnologia denominada por UNIX Timesharing System. Uma vez que os Laboratórios Bell utilizavam computadores com diferentes arquitecturas, o sistema operativo UNIX foi desenhado tendo em vista a portabilidade. Tinha como principal objectivo ser facilmente instalado em diferentes plataformas de computação.

Para testar a tecnologia, as universidades passaram a ter cópias do UNIX para fins de ensino e investigação, isto era uma boa maneira de testar a portabilidade do sistema. Havia uma comunidade alargada de investigadores e estudantes que tinham acesso ao código fonte do UNIX. Comunidade que tinha a facilidade do estudo e exploração do sistema o que possibilitou, em larga escala, o seu desenvolvimento.

O interesse pelo UNIX salientou-se num grupo da Universidade da Califórnia. Este grupo desenvolveu um conjunto de aplicações e até modificou o núcleo (kernel) do sistema operativo. Foram acrescentadas novas funcionalidades, em particular no que respeita às comunicações em rede. A versão UNIX de Berkeley, Califórnia, intitulada BSD UNIX (da sigla de Berkeley Software Distribution), foi posta à disposição de um grande número de universidades. Dada a abrangência desta distribuição, a ARPA considerou que este era um bom meio para disseminar o software Internet e negociou com a Universidade de Berkeley a incorporação do mesmo no UNIX BSD. O UNIX e o TCP/IP passaram rapidamente a ser utilizados pela comunidade científica, quer nas universidades, quer noutros centros de investigação e desenvolvimento.

Em 1983, existiam já 542 computadores ligados à Internet e o seu crescimento entrou numa fase exponencial: em cada ano duplicavam os nós ligados à rede. Este crescimento obrigou os investigadores a fazerem alterações constantes quer no suporte físico, quer nas aplicações e nos procedimentos de administração adoptados.

 

7) O que é a ISOC? 

A ISOC (Internet Society), fundada em 1992, é uma organização internacional, que se dedica à expansão, desenvolvimento e acessibilidade da Internet. Tem como principais preocupações:

A ISOC compete ainda a coordenação e suporte do desenvolvimento de padrões Internet, promovido por:

Mais informações consultar a página:

http://www.isoc.org 

 

 

8) Quais são as atribuições do IANA?

A IANA (Internet Assigned Numbers Authority) é a entidade que coordena a atribuição de identificadores únicos na Internet, como nomes de domínio e de endereços IP. Ela (IANA) delega noutras entidades a administração da atribuição de identificadores únicos na Internet:

 

Sendo que cada uma destas entidades é responsável por diversos tipos de registos.

 

9) Como surgiu a TEN-34?

  Em 1987 criou-se uma rede pan-europeia de suporte à investigação, onde era dado especial ênfase à adopção de padrões de comunicações. O financiamento estava dependente da manutenção desta política. A utilização do IP era completamente posta de parte, o que não era do agrado da comunidade académica.

Defendia-se também que deveriam admitir-se como utentes desta rede empresas industriais, na sua vertente de investigação e desenvolvimento. Esta política atraiu as operadoras nacionais. Um concurso público então lançado foi ganho pela PTT Telecom Holandesa. A mudança de propriedade levou à alteração de nome para EuropaNet (2Mbps). O relacionamento com a gestão técnica e "comercial" da EuropaNet foi bastante burocrático. Isto levou, em 1991/2, um grupo de redes académicas, especialmente nos países nórdicos, a estabelecer uma rede alternativa pan-europeia, que não fosse tão restritiva quanto aos protocolos utilizados (admitindo o IP) e que tivesse uma gestão mais flexível. Chamaram-lhe EBONE (European Backbone). O EBONE é o congénere na Europa da NSFBONE Norte Americana.

A partir do segundo trimestre de 1997, a Europanet tem vindo a ser substituída pela rede TEN-34, que suporta velocidades de 34 Mbps (compare-se com as actuais 622 Mbps dos EUA). A EBONE já propôs uma evolução semelhante. Entretanto ocorreu o termo do contrato da PTT Telecom Holandesa para a Europanet, passando a ser a British Telecom a explorá-la.

 

10) Refira-se às tecnologias consideradas actualmente mais importantes para o futuro das redes de elevado desempenho.

 

O número de utilizadores da Internet não pára de crescer. A rede duplica de dez em dez meses (aproximadamente). Um crescimento exponencial que obriga a redobrado trabalho técnico. Um dos problemas mais referidos é o da exaustão do espaço de endereços, mas para este, a solução já está à vista, os técnicos trabalham no Ipng (Internet Protocol next generation), ou então o IP, versão 6 que está já a ser testada (note-se que os endereços IPV6 têm 128 bits).

A pensar no futuro, têm sido lançadas recentemente algumas iniciativas que visam a criação de infra-estruturas de rede mais adequadas. Procuram discutir os aspectos tecnológicos, culturais e económicos. A título de exemplo pode referenciar-se, nos USA, o Advisory Council para a NII (National Information Infrastructure), criado por iniciativa do vice presidente Al Gore. Este organismo pretende dar à criação da rede das redes uma prioridade nacional ou então a reunião do G7, em Fevereiro de 1995, sobre a Global Information Infrastructure, sobre a qual a revista electrónica G7 contém informação - http://www.ibm.com/sponsor/g7live .

Podemos falar ainda do projecto NREN - National Research and Education Network - que prevê, nos próximos 10 a 15 anos disponibilizar velocidades de 3 Gbps às Universidades e Institutos de investigação americanos, para possibilitar quer a computação distribuída quer a investigação nas tecnologias e aplicações das redes de elevada velocidade.