Comparação (desleal) entre o melhor e o pior browsers do mundo:

o Internet Explorer 4.0 e o AOL Browser

Jorge Mesquita, Manuel Montenegro, Rosário Trindade

Web browser, o que é isso?

Um web browser é um programa de usado para aceder à World Wide Web, a parte gráfica da Internet.
O primeiro browser, que levou o nome de NCSA Mosaic, foi desenvolvido no início dos anos 90 pelo National Center for Supercomputing Applications. O seu interface amigável ajudou a popularizar a Web, mas poucos poderiam imaginar o crescimento explosivo que em breve se iria verificar.
De facto, à medida que a popularidade da Web se foi manifestando, foi-se também multiplicando o número de browsers disponíveis. Hoje em dia, para além dos mais dois browsers mais populares - o Microsoft Internet Explorer e o Netscape Navigator -, há uma infinidade de outros browsers que sobrevivem à luta de gigantes entre os dois acima referidos.

O nosso trabalho pretende fazer uma comparação entre dois browsers. Dizemos que é desleal porque se trata de uma comparação entre um dos dois gigantes e um browser menos utilizado, o qual é geralmente considerado como um dos piores browsers à face da terra.


O pior browser do mundo


«We HTML authors all bothered to advertise for the best web browser, so why don't we give warnings against the worst web browser? We can warn users away from the most corrupt company on the 'net and give business to ISPs at the same time. [...]»
Tom Finley (tfinley@en.com)
URL: http://www.en.com/users/tfinley/crap.html







O browser da AOL (America OnLine), em qualquer das suas versões, é geralmente considerado como o pior que alguma vez existiu.

Os problemas começam logo aquando da instalação. Como é um browser que se pretende exclusivo das assinantes servidos pela AOL (que terão assim o privilégio de poder contar com um browser tão especial!), a instalação do programa no computador de um dos membros deste grupo de trabalho, a partir de um CD-ROM de demonstração da AOL, só poderia ser completada se fosse introduzida a informação do cartão de crédito. Evidentemente, teríamos trinta dias para analisar o produto, sem pagar nada, podendo ao fim desse tempo não permanecer assinantes da AOL. Nesse caso, asseguraram-nos, não seria cobrada qualquer quantia.

Não ficamos convencidos ao ponto de arriscar, e decidimos fazer o estudo de outra forma, isto é, vendo o que a World Wide Web teria a dizer sobre o assunto: fez-se uma pesquisa no Infoseek, sob a string «AOL browser». Os resultados não foram animadores: para os primeiros 30 registos encontrados, 22 eram de sites a alertar os utilizadores do browser da AOL sobre como aceder a determinado conteúdo, nomeadamente imagens, e alguns aconselhavam mesmo a tentar aceder utilizando outro browser. Parece, assim, que além dos outros problemas, o da AOL corre deficientemente vários sites.

Outra abordagem ao problema, que consistia em tentar descarregar o browser a partir dowebsite da AOL, revelou-se igualmente frustrante. Não há nenhuma possibilidade, tanto quanto conseguimos apurar, de descarregar o browser. Em boa verdade, não conseguimos encontrar nenhuma referência ao browser da AOL em todo o website da AOL. Alguma coisa isto há de querer dizer...




O Rolls-Royce dos browsers


«Microsoft's Internet Explorer is good software. Really good. Way better than Netscape. [...]»
Jeffrey Veen (Jeff@wired.com)
URL: http://www.hotwired.com/webmonkey/tools/97/29/index0a.html?tw=browsers

«Microsoft Internet Explorer 4.0 is a work of beauty»
Taylor (taylor@taylor.org)
URL: http://www.hotwired.com/webmonkey/tools/97/13/index2a.html?tw=browsers








O Microsoft Internet Explorer 4.0 é o melhor browser que surgiu até hoje, estando agora a ser suplantado... pelo Microsoft Internet Explorer 5.0. Dizer isto é uma heresia, sobretudo na FEUP, onde parece haver um parti pris contra a Microsoft, mas é a opinião de muito boa gente.
É opinião corrente que a Microsoft é o Big Brother, apostado no domínio universal. Isso é provavelmente verdade. E encontraram uma estratégia diabólica para concretizar os seus intentos: fizeram um óptimo browser. Podemos recusar a tentação de usá-lo, por «razões morais»... ou podemos brincar com o fogo, numa aliança desconfortável com a maior empresa de software do mundo...

Uma das grandes novidades do IE4.0 é que é um browser totalmente integrado no desktop. Podemos navegar pelo disco duro utilizando indiferentemente o Windows Explorer ou o Internet Explorer: com este último, os ícones funcionam como hiperligações para páginas que substituem os directórios, adicionando instruções e contexto onde antes apenas havia simples listas de ficheiros.
É ainda esta interligação entre o desktop e o browser que torna possível o arrastar de ícones e de funcionalidades das barras de ferramentas do browser para o desktop, permitindo que este funcione como uma extensão do browser. É o mesmo princípio que está na base do aparecimento dos «Favoritos» no menu «Iniciar».

Outra inovação do IE4.0 são os canais activos («active channels»). Os canais activos são a alternativa da Microsoft ao Netcaster da Netscape.
Os canais activos são descarregados automaticamente, apresentam um interface atractivo e constituiram, no geral, uma ideia interessante. O conteúdo, porém, nunca foi particularmente estimulante. Na versão 5.0 do Internet Explorer os canais activos já não estão presentes, donde se depreende que não terão sido um grande sucesso.

Uma outra possibilidade que torna o IE4.0 muito funcional é o «Explorer Bar». Nesta versão, cada um dos itens «Pesquisa», «Favoritos», «Histórico» tem a sua própria barra. Ao activar uma destas opções, o écran divide-se, como se se tratasse de uma página com frames. A barra de «Histórico» é particularmente interessante, permitindo categorizar automaticamente o histórico de navegação por semana, dia, e website.

Há ainda um conjunto de pequenas novidades, entre as quais vale a pena salientar a capacidade de key expansion: começando-se a digitar os primeiros caracteres de um endereço já visitado, o resto do endereço aparece automaticamente, favorecendo a rapidez da navegação.

E mais uma série de funcionalidades. No geral, o IE4.0 é rápido, bem desenhado e, sobretudo, é dirigido ao utilizador sem experiência ou particulares conhecimentos de informática, agradando também aos tecnicamente mais exigentes. A quadratura do círculo?



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