O QUE VENDER


VENDER INFORMAÇÃO


Há múltiplas maneiras de vender informação pela Internet.
Em alguns casos, livros, jornais ou revistas online vêm complementar ou até mesmo substituir os seus equivalentes em papel. É o caso, nos jornais, do Washington Post, do New York Times ou do El Pais ou, entre nós, do Público ou do Jornal de Notícias. No que se refere a revistas, o caso da Wired será, porventura, o mais interessante.

O que se está a passar com as revistas de cariz científico é extremamente inovador e deve ser salientado. As universidades estão cada vez mais a editar online, elas próprias, os materiais produzidos pelos seus investigadores, em vez de os entregar a revistas publicadas por editoras comerciais, num processo de desintermediação que promete revolucionar todo este mercado.

Em outros casos, são os próprios editores a disponibilizar a table of contents e resumos dos artigos, e mesmo alguns artigos em texto integral, através da Web. Um dos casos pioneiros e de maior sucesso é o do BMJ (British Medical Journal), a revista da British Medical Association.
Em termos de lucros, a publicação online é uma área extremamente complicada. Os leitores devem pagar algo? Se sim, como fazê-lo, uma vez que os utilizadores da Internet estão habituados a obter informação gratuita? Deverão ser os anunciantes a suportar os custos e a possibilitar uma mais-valia? O que poderá ou deverá ser feito para impedir a cópia e posterior distribuição incontrolada de materiais editados online?
O acesso a bases de dados de diverso tipo, contra pagamento (por assinatura ou pay-per-view), através da Internet, é hoje corrente e uma opção que continuará seguramente a impor-se nos próximos anos. A tendência, aliás, é que cada vez mais este acesso online venha a substituir a aquisição dos dados através da assinatura ou compra de CD-ROMs, até com as decorrentes vantagens em termos de actualização imediata e menores custos.

O caso da Encyclopaedia Britannica é elucidativo: a versão em CD-ROM, inicialmente um sucesso de vendas (e seguramente uma opção interessante se comparada com a versão original em papel), deixou de ser comercializada a favor da publicação online, hoje extremamente popular.

Do mesmo modo, assiste-se hoje em dia a uma grande concorrência e a uma constante alteração do mercado na área das bases de dados científicas -- designadamente na área da Engenharia e da Medicina -- com diferentes empresas a comercializar o acesso a bases de dados (sejam de referência bibliográfica, sejam de texto integral), o que se traduz, para o utilizador, em inúmeras vantagens.
Ainda no âmbito da informação e da documentação, muitas livrarias podem já ser visitadas online, como é o caso da Barnes & Noble. Outras, como a Amazon, existem apenas online. Estas duas empresas dividem entre si o enorme mercado do comércio livreiro pela Internet, e são as grandes responsáveis, nos seus aspectos positivos e negativos, pelas extraordinárias transformações que este mercado está a sofrer.


VENDER SOFTWARE E HARDWARE


São as empresas de hardware aquelas que, obrigatoriamente, pelas próprias características do seu negócio e especificidades dos seus clientes, têm de ter uma presença na Internet. E, de facto, assim acontece: a Compaq, a Dell ou a Hewlett Packard, apenas para citar alguns casos, apresentam websites muito completos e permanentemente actualizados, o que mostra que entendem a importância deste aspecto para a imagem que os clientes fazem delas.

A venda de software é também uma área em franca expansão. Inclusivamente, uma das estratégias das empresas produtoras de software é permitir a obtenção, através da Internet, de versões de demonstração do software que pretendem vender, como forma de divulgação do produto.


VENDER OUTROS PRODUTOS


Virtualmente, qualquer outro produto que possa ser vendido, pode ser vendido através da Internet. Há, porém, algumas áreas privilegiadas, entre as quais está seguramente a indústria do entretenimento (jogos, CDs, videocassetes, etc.). O sucesso de empresas como a Sega ou a Music Boulevard atesta bem esta realidade.
Outra área interessante são as indústrias de serviços. Da encomenda de pizzas online, como permite já a Pizza Hut em algumas cidades americanas, até à entrega de flores ao domicílio, abre-se um mundo de oportunidades de negócio a explorar.
Também os bancos estão a entrar seriamente na Internet. Alguns bancos permitem até aos seus clientes efectuar todas as suas transacções online, e essa tendência tende a acentuar-se.



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