O que se está a passar com as revistas de cariz científico é extremamente inovador e deve ser salientado. As universidades estão cada vez mais a editar online, elas próprias, os materiais produzidos pelos seus investigadores, em vez de os entregar a revistas publicadas por editoras comerciais, num processo de desintermediação que promete revolucionar todo este mercado.
Em outros casos, são os próprios editores a disponibilizar a table of contents e resumos dos artigos, e mesmo alguns artigos em texto integral, através da Web. Um dos casos pioneiros e de maior sucesso é o do BMJ (British Medical Journal), a revista da British Medical Association.
Em termos de lucros, a publicação online é uma área extremamente complicada. Os leitores devem pagar algo? Se sim, como fazê-lo, uma vez que os utilizadores da Internet estão habituados a obter informação gratuita? Deverão ser os anunciantes a suportar os custos e a possibilitar uma mais-valia? O que poderá ou deverá ser feito para impedir a cópia e posterior distribuição incontrolada de materiais editados online?
O acesso a bases de dados de diverso tipo, contra pagamento (por assinatura ou pay-per-view), através da Internet, é hoje corrente e uma opção que continuará seguramente a impor-se nos próximos anos. A tendência, aliás, é que cada vez mais este acesso online venha a substituir a aquisição dos dados através da assinatura ou compra de CD-ROMs, até com as decorrentes vantagens em termos de actualização imediata e menores custos.
O caso da Encyclopaedia Britannica é elucidativo: a versão em CD-ROM, inicialmente um sucesso de vendas (e seguramente uma opção interessante se comparada com a versão original em papel), deixou de ser comercializada a favor da publicação online, hoje extremamente popular.
Do mesmo modo, assiste-se hoje em dia a uma grande concorrência e a uma constante alteração do mercado na área das bases de dados científicas -- designadamente na área da Engenharia e da Medicina -- com diferentes empresas a comercializar o acesso a bases de dados (sejam de referência bibliográfica, sejam de texto integral), o que se traduz, para o utilizador, em inúmeras vantagens.
Ainda no âmbito da informação e da documentação, muitas livrarias podem já ser visitadas online, como é o caso da Barnes & Noble. Outras, como a Amazon, existem apenas online. Estas duas empresas dividem entre si o enorme mercado do comércio livreiro pela Internet, e são as grandes responsáveis, nos seus aspectos positivos e negativos, pelas extraordinárias transformações que este mercado está a sofrer.
A venda de software é também uma área em franca expansão. Inclusivamente, uma das estratégias das empresas produtoras de software é permitir a obtenção, através da Internet, de versões de demonstração do software que pretendem vender, como forma de divulgação do produto.