Foro: Integração na Universidade

A praxe e os arrumadores.

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Pedro Gonçalves
2002-11-28 14:45

Gostaria de fazer uma comparação entre a praxe e os arrumadores, mas só ao nível da coacção porque com certeza muitos arrumadores são arrumadores por necessidade enquanto muitos praxistas são praxistas por tradição ou frustração ainda não percebi bem.

Ora vejamos, ambos querem prestar um serviço, o arrumador ajuda as pessoas a arranjar um lugar para estacionar o carro e o praxista ajuda um aluno a se integrar na faculdade, em ambos os casos será difícil dizer se a pessoa é ou não livre de optar, pelo menos a nível judicial. Por exemplo, a pessoa é livre de não dar a moeda ao arrumador e com certeza muitas das que dão gostariam de não dar, mas se não dão ficarão com medo que lhes aconteça alguma coisa, por exemplo levar porrada ou ser ameaçado, ou aconteça alguma coisa ao seu carro. Na praxe, a pessoa é livre de não ir à praxe e com certeza muitas que das vão gostariam de não ir, mas se dizem que não, ficarão com medo que lhes aconteça alguma coisa, por exemplo levar porrada dos praxistas ou ser ameaçado, não ter amigos, entrar em conflitos, não usar traje académico, ser gozado...

Ora em ambos os casos podemos escarpar-lhes usando técnicas. Por exemplo no caso dos arrumadores estacionar noutro sítio, no caso dos praxistas, tentar ao máximo não passar por locais onde se encontram tipos de preto. Podemos também no caso dos arrumadores mentir dizendo que não temos moedas e mostrar o porta moedas vazio, mas no entanto pusemos as moedas no bolso, mesmo assim isto pode dar alguma confusão, por exemplo, as vezes temos que ouvir um discurso dos arrumadores a contar a sua vida. No caso dos praxistas podemos dizer que somos anti-praxe, quando na realidade nós muitas vezes nem sabemos o que é a praxe, isto também pode originar alguma confusão como por exemplo um discurso sobre como a praxe é bela, as vezes alguns gritos e olhares ameaçadores.

(continua)

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Pedro Gonçalves
2002-11-28 14:53

(continuação)

Claro que em muitas coisas são coisas muito distintas. Por exemplo no caso dos arrumadores nós apenas damos uma moeda, que para uma pessoa que tem carro, normalmente não faz muita diferença, enquanto que em relação à praxe nós perdemos dias em que podemos estar a estudar, a trabalhar, a sair com os amigos, a namorar...

E também é engraçado verificar que normalmente os arrumadores gostam de praxistas com carro, porque lhes dão moedas enquanto os praxistas com carro geralmente não gostam de arrumadores. Até se ouve dizerem, ¿estes filhos da pu...! Deviam era arranjar um trabalho decente!¿.

Bem acho que já dá de comparações. Isto é uma tentativa de explicar o porquê que a praxe não é tão livre como algumas pessoas pensam.

PS: Para não suscitar outro aviso do gabinete de psicologia, peço desculpa aos arrumadores, mas como já disse a comparação era só ao nível da coacção porque os arrumadores são geralmente mais dignos porque fazem-no muitas vezes por necessidade, enquanto o praxista faz por capricho!

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Ricardo Duarte
2002-12-02 14:00

Caro Pedro Gonçalves.

Falas que a praxe não educa, não integra... mas no dia das matriculas, ou durante todo o ano, nunca vi ninguem anti.praxe a preparar uma recepção alternativa ou a estar do lado dos caloiros.
E depois não percebo tambem todo o proposito desta conversa toda, desta cruzada. Se vires, nem todos os caloiros vão a praxe e ninguem anda a sanciona-los ou a bater-lhes por isso. Só vai rigorozamente quem quer e pode. E quem vai, foi ou irá não precisa que alguem que nunca foi, q não sabe e q não viveu lhe venha dizer o que aquilo é.

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José Pedro Faria
2004-03-18 12:48

pah... posso dizer-te que só fui a praxe quando quis ou pude e, no entanto dou-me bem com todo o pessoal.
Era só isso que queria dizer e que acho que estás a falar sem ters conhecimento ou ouvido ambas as partes. Só assim poderias fazer uma comparação praxe<->auto-estacionamento imparcial.

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